Uma grávida com menos de 15 anos de idade tem fortes probabilidades de enfrentar vários problemas ao longo dos meses de gestação. Não só problemas físicos, mas sobretudo problemas a nível psicológico e social.

Gravidez de risco

As mães adolescentes tendem a apresentar determinadas condições de saúde que, de uma maneira mais ou menos directa, acabam por afectar o feto:
  • Anemia
  • Pré-eclâmpsia - A pré-eclâmpsia é caracterizada por uma tensão arterial elevada, pela retenção de fluídos (que, geralmente, surge na segunda metade da gravidez) e vestígios de albumina na urina. Este conjunto de sintomas pode impedir a circulação de sangue para a placenta, pondo em risco a sobrevivência do feto.
  • Eclâmpsia - A eclâmpsia surge, normalmente, no final da gravidez, no parto ou na fase pós-parto, podendo causar convulsões, estados de inconsciência e afectar o sistema sanguíneo, o fígado, rins e cérebro da mãe. Por vezes, pode ser fatal.


Por outro lado, e tendo em conta todo este repertório, os bebés das mães adolescentes tendem a ser prematuros e apresentam um peso inferior ao que seria normal.

Ainda assim, todas estas condições menos boas podem ser evitadas, caso a jovem receba uma boa assistência médica ao longo de toda a gravidez.

O factor social e emocional

De uma maneira geral, a gravidez numa adolescente nunca é planeada. Aconteceu.

Para tal, contribui uma série de factores relacionados, principalmente, com a falta de informação acerca dos métodos contraceptivos disponíveis no mercado. Quando essa informação existe, e os adolescentes tomam medidas anticoncepcionais, geralmente fazem-no incorrectamente.

Com efeito, uma das principais causas das gravidezes precoces prende-se com a utilização incorrecta dos métodos contraceptivos, com destaque especial para a pílula.

Não só grande parte das jovens não sabe como utilizá-la, como também continua a desconfiar dos seus efeitos secundários, graças à falta de esclarecimentos claros sobre esta matéria.

Mas a falta de informação não os impede de iniciarem a sua vida sexual cada vez mais cedo. Este facto não traz consequências de maior, a não ser, é claro, os riscos de uma gravidez e aquisição de doenças sexualmente transmissíveis.

É conveniente não esquecer que a adolescência é, acima de tudo, uma fase de transição nem sempre fácil, pelo que uma gravidez não planeada pode traduzir-se numa enorme fonte de stress, para os jovens pais e para os adultos que os rodeiam.

Todos eles – mas, sobretudo, a mãe e o pai – devem receber o apoio de profissionais, aptos a aconselhar a família sobre as opções que podem fazer, as ajudas a que têm direito, etc.

Depois há que ter em atenção o progresso no relacionamento entre mãe e filho. A jovem com um bebé nos braços pode sentir-se completamente perdida, precisando urgentemente de alguém que a dirija no bom caminho.

Neste âmbito, o acompanhamento psicológico ganha contornos de uma importância extrema, podendo fazer a diferença no modo como a jovem irá lidar, no futuro, com aquilo que lhe aconteceu – uma gravidez que nunca planeou e que, muito possivelmente, nunca quis.