Ter um bebé envolve várias partes do corpo - a cervix, o útero, os músculos pélvicos e o períneo (situado entre o anús e a vagina). Todas estas áreas têm receptores de dor que, quando estimulados pelas contracções, enviam mensagens ao cérebro, através da espinal medula, que as regista como dor.

O que poderei fazer para aliviar a dor?

Hoje em dia, felizmente, são conhecidos vários métodos de alívio das dores de parto. Para além de ser aconselhável conhecer as técnicas de relaxamento e as posições mais confortáveis, existem os analgésicos regionais, a medicação sistémica e outras formas mais naturais.

O que são os analgésicos regionais? Quais as suas consequências?

As analgesias regionais, tais como a anestesia epidural e o bloqueio espinal ou a combinação entre a epidural e o bloqueio espinal, reduzem a sensibilidade em partes específicas do corpo. Permitem manter-se acordada e participar no parto, sem sentir dor. A medicação não afecta directamente o feto. Porém, a maior parte dos analgésicos regionais impedem-na de estar de pé e, por isso, tanto a mãe como o bebé, necessitarão de monitorização mais frequente, depois de injectada a droga.

Epidural: É a forma de alívio das dores mais usada em Portugal. Consiste numa injecção de anestesia local, com uma agulha oca, num espaço de 4mm entre a sua espinha (ou osso das costas) e a medula e a agulha permanece no seu lugar até ao fim da anestesia. É geralmente administrada quando já está em trabalho de parto para que a imobilidade que provoca não faça parar as contracções.

Este é o único método que oferece um completo alívio das dores. Entorpece completamente os nervos da parte inferior do corpo e a pressão sanguínea poderá descer. É considerada segura e não afecta o bebé, mas é necessário que seja administrada por um anestesista. Tem como vantagens o completo alívio das dores e o facto de muitas vezes poder dormir enquanto está com contracções e em dilatação. Os inconvenientes consistem em não se poder mexer e, assim, não poder usar a gravidade para a ajudar com as contracções. Alguns estudos referem que a epidural está intimamente relacionada com sentimentos de arrependimento devido à perda do controle do parto.

Bloqueio espinal: Não é usado em Portugal. É um tipo de analgesia regional, administrado por injecção no mesmo local que a epidural. O bloqueio espinal difere da epidural no sentido de não ser utilizado nenhum catéter, o que faz com que a injecção seja dada de uma vez só. O alívio das dores dura apenas algumas horas, por isso os anestesistas utilizam outras formas de aliviar as dores. Ocasinalmente os médicos optam pelo bloqueio espinal quando o parto já está avançado ou quando é necessário utilizar o fórceps.

Com este método o alívio da dor é rápido, mas tem as desvantagens de ter de estar numa posição desconfortável enquanto a droga estiver a ser injectada e a perda de sensibilidade nos membros inferiores pode tornar mais díficil o fazer força para o bebé sair. Em casos mais raros, a droga pode, temporariamente, fazer baixar a sua pressão sanguínea, o que tem como consequência a diminuição do fluxo sanguíneo para o bebé, abrandando o seu ritmo cardíaco. Ainda em cerca de 1% dos casos, o uso desta droga provoca grandes dores de cabeça e, ainda mais raramente, podem provocar danos nos nervos ou infecção.

Combinação entre epidural e bloqueio espinal: Também não é usado em Portugal. Esta é uma técnica relativamente nova que oferece o alívio rápido da dor, proporcionado pelo bloqueio espinal, combinado com o alívio contínuo da epidural. Durante a primeira fase do parto, esta técnica permite-lhe manter-se em pé com mais facilidade do que se tivesse apenas optado por um dos dois métodos, isoladamente. Porque a medicação é maioritariamente à base de narcóticos, a mulher sente-se menos fraca e menos paralisada. É por este motivo que a combinação entre a epidural e o bloqueio espinal é conhecida por “epidural andante”. E porque as drogas entram directamente no seu líquido espinal, elas não afectam o bebé.

O que é a medicação sistémica? É segura?

A medicação sistémica consiste nos sedativos, tranquilizantes e narcóticos. A maior parte das vezes são ministrados sob a forma de injecção ou de forma intravenosa, e entram na sua corrente sanguínea, afectando todo o seu organismo e, por essa razão são o tipo de medicação menos aconselhado, porque menos seguro para o bebé.

Existem métodos de alívio de dores mais naturais? Quais são?

Existem, à sua disposição, uma série de métodos mais naturais de alívio de dores, tais como: